Em uma tarde de inverno, no crepúsculo do dia 3 de julho de 2009, o embrião do que viria a se tornar o 'Lobisomem de Véu' se fez presente. Em meio à dança dos ventos, no ritmo desequilibrado da magia orgânica do Homem, eis que surge uma energia, vinda não se sabe de onde, regada a mistérios e deveres. Duas almas em consonância, a aliança entre o som, a palavra e o contato; um propósito, uma única escolha, um fardo imprevisível e irrecusável. A forma oculta dos encontros sob os pilares retilíneos criados pelas pedras. O universo humano colocado em xeque ante a resposta e a presença de outros corpos, de outras possibilidades, do universo contínuo do outro. Ante todo cenário misteriosamente armado, inicia-se a batalha sem começo e sem fim. O singelo aperto de mão entre a vida e a viagem, onde tudo é passível no decorrer da entrega e do perigoso tempo instantaneamente aberto.
Navegue pelo meu mundo
Invada-me e me conduza ao seu.



'Não há pureza onde não houve violação'
INTEGRANTES: Vinícius Figueiredo, Maria Reis, Paulo Betto.

                             

Eu vou 'a fé'


Invado a podre luz e consigo vê-lo
Num tempo que não se sabe quando

Metade lobo, metade homem, metade deus
Universos entrelaçados entre o que se faz e o que se foi


O que há fora há dentro
O que se anuncia se choca

O medo floriu o dia...
Da noite nasceu o medo.
Apenas usamos a força que nos usa


Somos levados, não nos levamos

A maçã entra em cena


Acentuam-se os prazeres
O encontro fugaz e condutor


O prelúdio pós-prelúdio
A feminilidade misteriosa e encantadora.
A forasteira boneca de força.
Uma dívida, um ato curiosamente célebre, um repentino sumiço.
Um mistério e uma inenarrável herança criativa.


Poucas horas após o nascimento de algo oriundo da necessidade pueril do agora, há uma aliança.


Algo aderindo, somando, dando forma ao que sequer sabia o motivo de estar existindo.
Carga externa


Extensão interna


Embriaguez 'ludus'
Infindável
Risco
Sonoro

A
Dançante
Profusão
Orgânica

“A minha voz é o silêncio

Violando a solidão.

No espaço eu me decifro

Na garganta

De um Dragão.

Refletindo indeciso

Entre o véu

E a maçã.

Num infinito colorido

Seduzindo o amanhã.

A minha voz é a mentira

Que sustenta o meu altar...”
'Panem Et Circen'

Análise, observação, concessão de energia, intervalos
Pulsão sonora, condicionamento anarco-sintetizador
Generosidade varonil, morada cósmica do 'HIC ET NUNC'

Invadindo espaços


O estudante, o trabalhador. A platéia é o povo, só há coerência se houver choque, susto, surpresa.

O som invade as visceras e nos desvenda
Dói e condena
Mas salva

Há muito a ser misturado
Além do animal humano a mando da Lua

Persiga-se.
Descubra-se.
Somos vários um só.
O véu pode ter lhe ferido ao ter lhe curado.

Há desertos florindo enquanto endeusamos certezas
O misterioso véu.
A teia aprisionadora.
Manancial de pureza e dúvida.
Angustiante farsa visual.




LOBISOMEM DE VÉU